domingo, 18 de fevereiro de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XLV

Em seus reveladores esclarecimentos, constantes do capítulo 44, de “Nosso Lar”, André Luiz, sob a supervisão de um colegiado de altos Mentores, em suas informações, acrescenta: “Há esferas de vida em toda parte (...), o vácuo sempre há de ser mera imagem literária. Em tudo há energias viventes e cada espécie de seres funciona em determinada zona da vida.”
Como somos pobres ao imaginarmos que a única espécie de “energia vivente”, que existe na Criação, é a humana! – fosse assim, creio mesmo, de minha parte, que a Criação Divina não se justificaria, porque teria criado uma imensidão completamente inútil. Contudo, corroborando o que os Espíritos adiantaram a Kardec, quando disseram, em “O Livro dos Espíritos”, que o vazio absoluto não existe (resposta à pergunta 36 – “Não, nada é vazio. O que é vazio para ti, está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e aos teus instrumentos.” - grifamos), André Luiz esclarece que essas “energias viventes”, para as quais ele sequer encontrou terminologia adequada, são seres que, igualmente, anseiam pela evolução.
Mesmo quando, na atualidade, cogita-se dos chamados “alienígenas”, ou dos seres extraterrestres, não se está fazendo justiça à diversidade da Vida existente no Universo. A verdade é que o ser humano é quase, ainda, um ser reptiliano, que se arrasta na lama de sua própria indigência espiritual... Imaginemos o que Jesus Cristo, que já houvera transcendido as questões da forma conhecida por nós outros, deve ter sentido quando, por amor à Humanidade, expôs-se à nova imersão nos fluidos pesados da matéria – um Anjo constantemente acossado por criaturas primitivas que O estraçalharam!...
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Quase nos derradeiros parágrafos do capítulo em estudo, André Luiz, registrando as palavras de Lísias, anotou:
- “Naturalmente, como aconteceu a nós outros, você situou como região da existência, além da morte do corpo, apenas os círculos a se iniciarem da superfície do globo para cima, esquecido do nível para baixo. A vida, contudo, palpita na profundeza dos mares e no âmago da terra. Além disso, há princípios de gravitação para o espírito, como se dá com os corpos materiais.”
Em outras palavras: não adianta o espírito querer ascender sem peso específico adequado em seu corpo espiritual – peso com que possa vencer a gravidade e se preservar, e, então, permitir a ele que paire nas regiões consideradas superiores.
A Parábola do Filho Pródigo, uma das mais completas em nossa opinião, que aborda toda a questão metafísica da evolução, ensina que o filho, que deliberara sair da Casa do Pai, foi “caindo”, ou seja, “partiu para uma terra distante”, onde, por fim, ele se fixou e da qual começou a levantar-se... A mônada, saindo do seio do Criador, projetou-se no Espaço, detendo-se, em sua “queda”, ou em sua projeção, onde pode, psiquicamente, harmonizar-se com a vida ao redor. Mais profundamente ainda, talvez, poderia ter caído, caso a sua “queda” não tivesse sido interrompida pelo fato dela ter “caído em si”...
Somente quando o espírito “cai em si” ele deixa de continuar “caindo”, e, assim, começa a se levantar, ou empreender a sua viagem de volta à Casa Paterna.
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Encerrando aquele diálogo com André, sentencia Lísias:
“ – Qual acontece a nós outros, que trazemos em nosso íntimo o superior e o inferior, também o planeta traz em si expressões altas e baixas, com que corrige o culpado e dá passagem ao triunfador para a vida eterna.”
Por tal motivo, André Luiz, além de se referir às Dimensões Espirituais – um planeta dentro de outro, qual deve existir um Universo dentro de outro, como há um corpo dentro de outro –, menciona a existência das chamadas Subdimensões, que, assim, tornam a questão das muitas moradas da Casa do Pai muito mais complexa e abrangente.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 19 de fevereiro de 2018.